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Também conhecida como Calazar, a Leishmaniose Canina (LC) é uma zoonose causada por um protozoário do gênero Leishmania, que acomete os cães, animais silvestres e os seres humanos. É uma doença sistêmica grave e potencialmente fatal para humanos e animais se não diagnosticada e tratada a tempo.
No Brasil, a leishmaniose era considerada típica de zonas rurais com cerca de 90% dos casos notificados na região Nordeste, porém a doença tem se expandido para as demais regiões brasileiras desde a década de 1980, com destaque para a região Sudeste e nos últimos anos, também para a região Sul. Essa expansão está relacionada com os processos de urbanização, desmatamento, entre outros fatores.
No ciclo urbano de transmissão da leishmaniose do flebotomíneo, conhecido como mosquito-palha, é o vetor da doença. Após picar um hospedeiro infectado que pode ser o cão ou o homem, o mosquito-palha pode transmitir a doença para outros indivíduos saudáveis.
Nos cães os sinais clínicos são pouco específicos. Por se tratar de uma doença sistêmica, vários órgãos são afetados. As lesões dermatológicas aparecem na maioria dos casos. Porém, alguns cães podem ser assintomáticos ou subclínicos e mesmo assim, transmitir a doença.
O diagnóstico compreende a associação de dados clínicos, laboratoriais e epidemiológicos. Os exames laboratoriais podem ser baseados em métodos parasitológicos, sorológicos e moleculares. As duas técnicas sorológicas preconizadas pelo Ministério da Saúde são: teste imunocromatográfico (TR DPP®) e ELISA, sendo o primeiro um teste rápido para triagem e o segundo confirmatório.
O tratamento de cães acometidos pela doença com medicações de uso humano é proibido pelo Ministério da Saúde, por isso, todos os cães diagnosticados com leishmaniose tinham a recomendação de eutanásia a fim de evitar a transmissão ao seres humanos e evitar também, a resistência do protozoário aos medicamentos. Contudo, essa única medida não era efetiva para controle da doença nos humanos. A partir de 2008, uma medicação de uso veterinário foi liberada para o tratamento da doença. Porém, o tratamento de cães não é uma medida recomendada pelo Ministério da Saúde, uma vez que estudos científicos têm demonstrado que mesmo tratados e com melhora dos sintomas, os animais se mantêm como reservatórios, pois continuam abrigando o parasito em seus organismos, podendo transmití-lo aos insetos vetores.
Há vacina para prevenir a Leishmaniose Canina, porém sua eficácia é em torno de 70%, e tem alto um custo para os tutores. Além disso, para iniciar o protocolo vacinal, são necessários exames laboratoriais (TR DPP® e ELISA) para garantir que o cão não é portador da doença. Como a vacina não confere 100% de proteção, mesmo que o cão esteja vacinado, pode se infectar e tornar-se uma fonte de infecção (reservatório do parasita). Um cão vacinado e que venha a apresentar sorologia positiva é interpretada como sinal de que houve a infecção pela Leishmania, visto que a vacina tem falhas.
A melhor forma de prevenção da doença é o uso de repelentes contra o vetor, tanto nos humanos como nos cães. O repelente mais indicado para os cães é a coleira impregnada com piretróides. Mesmo animais vacinados devem usar a coleira repelente. As coleiras podem proteger seu cachorro por períodos de 4 a 8 meses dependendo da marca utilizada, devendo ser trocadas por uma nova após esse período. Outra boa forma de prevenir a infecção pela leishmaniose em cães é higienizar o ambiente em que ele circula para evitar a propagação do mosquito-palha. O inseto se desenvolve e coloca seus ovos em locais úmidos, sombreados e que sejam ricos em matéria orgânica. Portanto, limpe os quintais e retire entulhos, folhas, fezes de animais e frutos em decomposição. Dessa forma você estará protegendo seu cão e sua família.e lembre-se, se precisar pode contar com a Rede Animale.
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