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A imunodeficiência felina (FIV) e a leucemia felina (FeLV) agem diretamente na imunidade dos felinos, diminuindo a expectativa de vida dos animais. Não possuem uma cura, mas podem ser tratadas, conforme os sintomas apresentados pelo seu gatinho.[1]
O foco do tratamento é aumentar a imunidade do organismo dos bigodinhos para evitar novas doenças oportunistas, então o quanto antes estas enfermidades forem diagnosticadas, mais cedo um tratamento pode ser instituído.
Os tutores normalmente recorrem ao médico veterinário quando os gatos infectados com FIV/ FeLV se apresentam na fase de imunodeficiência (baixa imunidade), e manifestam sinais inespecíficos como:
falta de apetite
pelagem em mau estado
perda de peso
depressão
vômitos
anemia
dificuldade respiratória
diarréia
inflamação oral (gengivite/estomatite)
febre
secreção excessiva nos olhos
A manutenção dos gatos dentro de casa para evitar brigas e o exame dos novos gatos antes de serem introduzidos em uma casa que tenha múltiplos gatos FIV/FeLV negativos, pode evitar a maioria dos casos desses vírus. Os vírus são suscetíveis a maioria dos desinfetantes de rotina. A limpeza das caixas de areia e comedouros compartilhados por gatos com água fervente e detergente inativa-os.
Animais infectados devem ter cuidados redobrados para que os mesmos continuem vivendo normalmente, com qualidade de vida e bem estar.[2] A doença não deve ser tratada como um atestado de óbito[3], devendo lembrar sempre, que mesmo não existindo cura, o tratamento dos sintomas apresentados por cada gatinho[4], o uso de antivirais[5] e imunomoduladores quando necessário, polivitamínicos, manejo adequado em um local sem agentes estressores, em um ambiente limpo e arejado, uma boa alimentação/nutrição, cuidados higiênicos, profilaxia dentária, vacinação, vermifugação em dia e acompanhamento veterinário, são fundamentais para zelar pela vida desses animais.[6]
Gabriela Lindemayer
Médica Veterinária
[1] Os retrovírus que causam a leucemia e a imunodeficiência felina infectam as células do sistema imune, conduzem à imunossupressão e à predisposição a doenças oportunistas de natureza infecto-parasitária ou a comorbidades, tais como o linfoma, as discrasias sanguíneas, as neuropatias, as doenças do globo ocular e da cavidade oral (LITTLE, 2011).
[2] Os tempos de sobrevivência variam, dependendo do estágio da infecção, imunidade do hospedeiro e da cepa de FeLV envolvida. Disponível em: https://www.zoetis.com.br/prevencaocaesegatos/posts/gatos/diagnostico,-tratamento-e-prevencao-da-leucemia-viral-felina.
[3] Os testes de diagnóstico apenas detectam a infecção e não a doença clínica e, por isso, a decisão de tratamento/eutanásia nunca deverá ser somente baseada nestes testes. Disponível em: https://www.improveinternational.com/ambassador/2019/02/18/3048/
[4] O tratamento da FIV em felinos é de suporte, direcionado geralmente às manifestações clínicas das infecções oportunistas. No geral, os gatos acometidos recebem antimicrobianos, fluidoterapia, transfusões sanguíneas, dietas de elevada densidade calórica e esteróides anabólicos em casos de perda de peso (SOUZA & TEIXEIRA, 2003; CHANDLER, et al., 2006).
[5] Os fármacos antivirais diminuem os sinais clínicos, melhoram os parâmetros imunológicos e podem retardar a progressão da doença, mas são incapazes de impedir ou eliminar a infecção (CHANDLER, et al., 2006).
[6] Carne crua, ovos crus e leite não pasteurizado devem ser evitados pois o risco de infecção parasitária ou bacteriana transmitida por alimentos é maior em gatos imunodeprimidos. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/104876/000939051.pdf?sequence=1 Referências Bibliográficas:
August. John R. Medicina Interna de Felinos. Rio de Janeiro; Elsevier, 2011.
Colado, Maria Luisa. Enfermedades Infecciosas Felinas. Zaragoza- Espanha: Servet, 2010.
NELSON RW, COUTO CG. Medicina interna de pequenos animais. 5.ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
Ramsey, Ian K; Tennant, Brn J. Manual de Doenças Infecciosas em Cães e Gatos. São Paulo: Roca, 2010.
Rosenfeld, Andrew J. Prática Veterinária, uma abordagem didática. São Paulo: 2010.
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